Parto
(Joésia Ramos sobre poema de Maria Lúcia Dal Farra [Livro
de Auras])
O
galo
(o pregoeiro da manhã)
que desde a crista rubra
cria o dia,
com claro som
(no sono engendrado)
em nota atordoada de euforia –
parece permanente atualizar
(enquanto a natureza sai do limbo)
o grito maternal
que me saudou
quando eu me escapuli
do antigo imo
(do tronco natural, tão agasalho)
e turbulenta
vim
pro
mundo vário.
Joésia Ramos: vozes
Cobra Verde: sanfona
Dinho Dog: baixo
Pequeno: percussão
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